[Este artigo foi originalmente publicado em 2017]
Quem é o homem mais feliz do mundo? Se você pesquisar no Google, o nome “Matthieu Ricard” aparece.
Matthieu Ricard, 69 anos, é um monge budista tibetano originário da França que foi chamado de “o homem mais feliz do mundo”.
Isso porque ele participou de um estudo cerebral de 12 anos sobre meditação e compaixão liderado por um neurocientista da Universidade de Wisconsin, Richard Davidson.
Davidson conectou a cabeça de Ricard a 256 sensores e descobriu que quando Ricard estava meditando sobre compaixão, sua mente era extraordinariamente leve.
Ricard — que às vezes medita por dias inteiros sem ficar entediado — admite que é uma pessoa geralmente feliz (embora ele sinta que seu título de “homem mais feliz” é um exagero orientado pela mídia).
Ele falou com o Business Insider no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça. Aqui está o conselho dele de como ser feliz.
Para Ricard, a resposta se resume ao altruísmo. A razão é porque pensar em si mesmo, e como tornar as coisas melhores para si o tempo todo, é cansativo, estressante e, em última análise, leva à infelicidade.
“Não é o terreno moral”, explicou Ricard. “É simplesmente que eu, eu, eu o dia todo é muito cansativo. E é bastante miserável, porque você instrumentaliza o mundo inteiro como uma ameaça, ou como um tipo potencial de interesse [para si mesmo].”
Se você quer ser feliz, Ricard diz que você deve se esforçar para ser “benevolente”, o que não só fará você se sentir melhor, mas também fará outros como você melhor.
(Isso não quer dizer que você deve deixar outras pessoas tirarem vantagem de você, Ricard adverte, mas você geralmente deve se esforçar para ser gentil dentro da razão.)
“Se sua mente está cheia de benevolência, você sabe – a paixão e solidariedade … este é um estado mental muito saudável que é propício para florescer”, diz Ricard. “Então você, você mesmo, está em um estado mental muito melhor. Seu corpo será mais saudável, então [ele] foi mostrado. E também, as pessoas vão perceber isso como algo agradável.
Isso tudo soa ótimo na teoria, mas como uma pessoa realmente se torna altruísta e benevolente e não deixa pensamentos egoístas dominar?
Ricard acredita que todos têm a capacidade de ter uma mente mais leve porque há um potencial de bondade em cada ser humano (a menos que você seja, digamos, um serial killer, e há algo realmente quimicamente anormal acontecendo com seu cérebro).
“Com o treinamento mental, podemos sempre levar [nosso nível de felicidade] a um nível diferente”, explica Ricard. “É como correr. Se eu treinar, posso correr uma maratona. Posso não me tornar campeão olímpico, mas há uma grande diferença entre treinar e não treinar. Então por que isso não se aplica à mente? … Há [uma] visão de que benevolência, atenção, equilíbrio emocional e resiliência são habilidades que podem ser treinadas. Então, se você colocá-los todos juntos, você poderia dizer que a felicidade é uma habilidade que pode ser treinada.
Ok, então como se treina sua mente para ser mais feliz?
Comece focalizando em pensamentos felizes por 10 a 15 minutos por dia, diz Ricard. Normalmente, quando experimentamos sentimentos de felicidade e amor, é fugaz e então algo mais acontece, e passamos para o próximo pensamento. Mas Ricard diz que, em vez disso, concentre-se em não deixar sua mente se distrair e mantenha o foco nas emoções positivas para o próximo período de tempo. E se você fizer esse treinamento todos os dias, mesmo apenas duas semanas depois você pode sentir resultados mentais positivos. E se você praticar isso por 50 anos como Ricard fez, você pode se tornar um profissional da felicidade também.
Isso é apoiado por neurocientistas, a propósito. Davidson descobriu em seu estudo que mesmo 20 minutos de meditação diária podem fazer as pessoas muito mais felizes no geral.
